terça-feira, 25 de janeiro de 2005

|Mulheres e músicas|

Existem duas músicas que retratam os desencantos dos homens pelas mulheres que são minhas preferidas.
A primeira é Nunca, do Porto-Alegrense Lupicinio Rodrigues e conta a lenda que ele vivia com uma mulher e um dia descobriu que ela o traia. Depois da descoberta fez esta música para destrata-la. Aliás, contam por aí que a maioria das músicas do Lupicínio são baseadas em fatos vividos por ele. Aí vai a letra:

Nunca
Nem que o mundo caia sobre mim
Nem se Deus mandar nem mesmo assim
As pazes contigo eu farei
Nunca
Quando a gente perde a ilusão
Deve sepultar o coração
Como eu sepultei
Saudade
Diga à esse moço por favor
Como foi sincero o meu amor
O quanto eu adorei tempos atrás
Saudade
Não esqueça também de dizer
Que é você quem me faz adormecer
Pra que eu viva em paz


A outra música que me faz ficar com raiva das larapias de coração masculino foi feita pelo Chico Buarque em 1965. A desgraçada abandonou o pobre apaixonado e levou tudo o que podia com ela, começando com o sorriso, passando pelo disco do Noel Rosa e até deixou mudo o violão. Triste essa Rita...

A Rita
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel

A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meu pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão.


As frageis moçoilas são capazes de acabar com o mais forte dos homens machucando o seu coração sem nem mesmo toca-lo, incrível os poder das mulheres. Elas vão mesmo dominar o mundo.

Antes do fim:
As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras nem novas descobertas.
(Voltaire)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

|Perto Demais|

Assisti ontem a pré-estréia do filme Perto Demais com Julia Roberts, Jude Law , Clive Owen e Natalie Portman (os dois últimos ganhadoram o globo de ouro de ator e atriz coadjuvante no domingo). Eu esperava ver mais um filme estilo comédia romântica, mas fui surpreendido. Sim, é uma comédia romântica. Não, não é igual a todas as outras em que o casal protagonista fica juntinho e feliz no final. O filme mostra conversas que pessoas como nós conversam quando estão se conhecendo, discussões que pessoas como você e sua namorada tem quando se desentendem, diálogos de namorados que qualquer namorado tem seja aqui ou em Londres. Sim devo citar Londres muito bem mostrada em paisagens sempre belas e locações igualmente bonitas, a cidade é parte da história.
A história gira em torno de dois casais que se encontram por acaso em situações inusitadas. Um se conhece na rua outro acaba se conhecendo depois de uma pegadinha. Verdades, mentiras, traições, desculpas, reconciliações, todos os riscos que as pessoas correm quando decidem namorar ou viver com alguém. Ninguém decide o que nosso coração quer, ninguém escolhe uma paixão. Neste instante você pode amar uma pessoa, porém, daqui a três segundos após um gesto, uma palavra ou qualquer outra coisa esse sentimento pode mudar. A edição do filme é muito bem feita. O filme vai e volta no tempo no momento certo, lembranças são mostradas na hora em que tem que ser mostradas da maneira como isso deve ser feito. Não é uma comédia romântica que obrigatoriamente você tem que ir assistir com o seu par, ela vai bem de qualquer forma.

"Perto Demais explora o fato de que, no amor, nós nos lembramos do começo e do fim, mas tendemos a editar e deixar de fora o que vem no meio".

Mike Nichols – Diretor do filme

Antes do fim:
Para tentar colocar mais interatividade no blog, vou responder aos comentários das pessoas diretamente com um comentário meu.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

|Iê-iê-iê!|

Tem muita música ruim que gruda e não sai da cabeça, mas tem também música boa que por causa de uma boa métrica e um ótimo ritmo faz com que fiquemos a cantarola-las durante todo o dia, aí é até gostoso. Isso aconteceu agora ao escutar a música Quase que Dezoito do Nando Reis. Ela tem uma batida de violão irresistível que vai e volta como uma onda, uma batida simples, das primeiras que se aprende nas aulas de violão. Aí vem a letra que descreve um episódio que deve ter acontecido com mais de 80% dos adolescentes, ela tem rimas fáceis para todo mundo cantar junto,além de um infalivel ieie que não deixa ninguem com a lingua parada. Não é necessário ouvi-la mais de uma vez para sair cantarolando pela rua. É a típica música para cantar em volta do fogo nas noites frias do inverno com um monte de amigos em coro em meio aos tradicionais hinos da Legião Urbana.

“Ela me olhou de um jeito que me fez desentender...
Eu tinha quase que dezoito, mas acabava de nascer!
Tudo se passou num instante entre o piscar e o olhar pra trás,
E aquilo que eu era antes dela sumir não voltou jamais
E eu tentei falar com ela, pensei que era assim
Nos filmes nas telenovelas...
Mas eu gostava de gibi
Mas eu não sei-êêê
Se eeeu vou terminar sozinho.
(aqui entra a rima métrica, a primeira frase rima com a segunda. Simples assim)
Eu logo que cheguei em casa pequei o meu violão.
Com três acordes mi-si-lá eu fiz essa canção.
Dizendo que ela era impiedosa e eu morrendo de tesão
de sua boca mentirosa o que era sim dizia não
E o que o jornal anunciava eu não prestava atenção
Pois tudo que eu me importava estava agora no refrão

Ou-ou-0u-Ou-Ou
Dizia: Êêi, ôôu
Você quer ficar comigo
Aaaaah!
Uma chance
Aaaaa
uma chance
De você querer ficar!”


Antes do fim:
Punheta satisfaz, mas não convence.
Marcos de Vasconcellos (Seja lá quem for)

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

|Grande Besta do Brasil|

Começou aquele programa quem vai ser o Grande Besta do Brasil. Na minha opinião são duas das piores coisas que passam na televisão, novela e Big Brother. Eu posso afirmar estufando o peito e com orgulho que vivo sem os dois, acho totalmente dispensável assistir a esses programas. Tem bastante coisa boa passando na televisão no mesmo horário em outros canais.
Para que ninguém fale que critico sem nem olhar o negócio primeiro ontem eu dei uma pequena olhada no intervalo do programa que assistia e novamente minha opinião foi reforçada. Ali estão pessoas que querem o prêmio para serem artistas sem talento, ao invés do programa colocar a mostra para o Brasil a população que se tem, eles mostram o Brasil que uma parte da população quer ser: linda, com silicone, músculos de academia, cabelo transado e essas coisas. Tudo isso conseguido sem muito estudo, assim como nas novelas. Eu nunca houvi falar dos livros mais lidos dentro da casa, porém a bebida mais tomada é largamente propagandeada, cigarros são fumados aos montes. Assuntos interessantes deve ser tema proibido pela direção do programa que incentiva fofocas, intrigas e brigas entre os participantes, dá bem mais Ibope... É uma pena, mas serão três meses desta babaquisse!

Antes do Fim:
"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música. quem não encontra graça em si mesmo, (...) quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajeitos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece, quem faz da televisão o seu guru."
(Pablo Neruda)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2005

|Marcas do que se foi|

Este ano,
quero paz no meu coração,
quem quiser ter um amigo,
que me dê a mão!
O tempo passa!
E com ele caminhamos todos juntos, sem parar...
nossos passos pelo chão vão ficar...
Marcas do que se foi,
sonhos que vamos ter,
como todo dia nasce novo em cada amanhecer!

Antes do fim:
Um ótimo novo ano para todos, que consigamos apagar, assimilar ou aproveitar as marcas do que já foi e sonhar com muitas coisas boas!