segunda-feira, 30 de maio de 2022

Sucessões do rock

A cidade de Porto Alegre não tem mais rádios que toquem rock. Já tivemos a Felusp, a Ipanema, Unisinos e até uma Oi FM que tocavam muita música boa e valorizavam a produção local. Hoje somente rádios de internet fazem isso. Gosto muito da Putzgrila e da Rádio Elétrica. Mas é pouco. Essas rádios "virtuais" ainda não atingem tanta gente.

Fato é que não se tem notícia de novas produções musicais locais. Os músicos que eu conheço estão aos poucos indo embora. Minhas influências musicais estão morrendo e não estou conseguindo substituir. As coisas musicais que tenho acesso não são tão interessantes ou não me fazem bater o pé. Vivemos num momento diferente de consumir música. A Alexa é que escolhe o que eu vou escutar. Mas não tem o locutor me trazendo detalhes sobre a música, sobre a banda ou sobre o cantor. Quero saber essas coisas. É o algoritmo do Google quem me oferece os eventos que talvez eu tenha interesse. Mas eu quero saber de alguém que já foi ou conhece se é realmente bom.

Faço essa reflexão depois de ir ao espetáculo da Orquestra da Ulbra e convidados com os clássicos do rock gaúcho. Miranda não está mais lá como produtor de tantas coisas legais. Alguns anos atrás eu já tinha assistido a essa apresentação e Júpiter Maça estava lá cantando Lugar do Caralho. Eu gostaria que a Mary Mezzari estivesse lá apresentando. Assisti a um Julio Reny cantar lentamente e Jimi Joe com dificuldade para conectar seu instrumento. Fiquei preocupado com eles.

Nei Lisboa, King Jim, Frank Jorge, Wander Wildner ainda estão na ativa. Espero que por bastante tempo. A sucessão roqueira de Porto Alegre precisa ser melhor trabalhada. Mais espaços precisam ser abertos para divulgação. Sinto falta.