domingo, 8 de agosto de 2021

E o errado sou eu

 As vezes me sinto invisível. Além de invisível, vazio.

Sou sempre eu quem tem que tomar a iniciativa para as coisas. Poucas pessoas lembram de me convidar para ir sentar numa praça. Talvez eu não vá. Mas não deixe de me convidar.

Poucas pessoas pensam num roteiro legal e lembram de me convidar. Talvez eu não vá ou já tenha ido sozinho. Mas não deixe de me convidar.

Poucas pessoas lembram de me convidar para jantar. Eu como pouco pois fiz cirurgia de redução de estomago. Mas não deixe de me convidar.

Poderia dar inúmeros exemplos. Mas seria deprimente. Fato é que dá trabalho sempre estar chamando alguém. Se não chamar tenho que me contentar em ficar na companhia de eu mesmo. E eu acho ótima essa companhia. Mas as vezes enjoou da solidão. Solidão não é só estar sozinho. Mas é também pensar sozinho. Planejar sozinho. Pensar sozinho. Solidão é não saber se está agradando ou se está errando. Solidão é apesar de ter alguém perto, esse alguém se conformar em só estar perto. Ao invés de estar junto.

Passam os dias. Passa o tempo e a rotina se repete. Eu tenho que ser criativo para inovar e sair da rotina. Eu tenho que chamar as pessoas. Ninguém me chama. Ninguém vem me buscar em casa. Poucas pessoas querem saber como foi meu dia de verdade. Não sou surpreendido. As surpresas que recebo normalmente são as piores.

Mas o errado sempre sempre sou eu. A fama de mal ou de fazer mau sempre é minha. Seguimos.



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