quinta-feira, 27 de março de 2014

Ainda é cedo

Hoje seria o aniversário de Renato Russo. O cara que escrevia músicas no tempo em que se escrevia a letra da música e depois se musicava ela. Hoje acho que é ao contrário. Ou nem se pensa muito na letra da música. Hoje tem música com letras bacanas?

 

Bom, Renato completaria hoje 54 anos. Fez letras legais, outras nem tanto. Falava da sua vida, das suas angustias, suas felicidades. Duvido de alguém que não se identifique com alguma letra do cara.

 

Hoje me identifiquei com a letra da música “Ainda é cedo” do primeiro disco da Legião Urbana.

 

Uma menina me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei
Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir
Mas, egoísta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar
Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém
E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo
 
Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo
Aí eu disse: - Quem tem medo é você
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém
Ela me disse:
- Eu não sei mais o que eu
sinto por você. Vamos dar
um tempo, um dia a gente se vê

terça-feira, 25 de março de 2014

Dando férias para o coração

Não escrevi o texto abaixo mas gostaria de ter escrito.

Retirei do site Mais de Trinta. Quem quiser olhar direto no site segue o endereço: http://maisdetrinta.com.br/colunistas/dando-ferias-para-o-coracao/

 

Voltar a estar solteiro depois dos trinta anos é uma situação para lá de estranha. As coisas parecem não se encaixar de jeito algum. Falta algo que não sei explicar muito bem. É uma mistura de duas sensações complexas: a de liberdade e a de fragilidade.
 
Repare que toda vez que um relacionamento acaba é como se você tivesse tirado um peso das costas. Por outro lado, a solidão te deixa como cachorro que caiu da mudança, sem saber para onde ir e o que fazer.
É claro que todos sabemos que o inverno não será eterno, mas mesmo assim é difícil lidar com a perspectiva aberta de um novo futuro.
 
Fiz um pequeno repasse na minha vida afetiva e tive uma revelação não muito agradável. Entre encontros e desencontros, nunca fiquei só. Desde os meus quatorze anos venho emendando uma relação em outra, com pouquíssimo espaço de tempo entre elas.
Não é que eu tenha escolhido esse caminho conscientemente. Longe disso. As coisas simplesmente acontecem. Toda vez que fico solteiro é como se um grande luminoso — escrito “Há vagas” — fosse ligado bem em cima da minha cabeça.
Sei muito bem que não sou um exemplo da beleza comercial, mas isso parece não importar muito para o tipo de mulher com quem me relaciono. Não estou fazendo uma crítica a quem prefira uma barriga de tanquinho às minhas características, todo mundo tem o direito de gostar e se sentir atraído por quem achar melhor.
É muito difícil escrever sobre o assédio constante que sofro por parte da mulherada. Pode soar um tanto quanto arrogante. Mas é a verdade, por mais incrível que pareça. Em alguns momentos até eu me questiono dos motivos que me colocam bem posicionado na prateleira.
Graças a essa chuva constante de propostas, sempre acabei dizendo sim e voltando a namorar rapidamente após cada término.
Eu simplesmente adoro vida de casal! Nunca gostei de sair a noite, costumo dormir cedo, trabalho muito, não bebo, não fumo e gosto de conhecer a pessoa com quem durmo. Como você pode observar, não sirvo para ser solteiro. Me sinto um E.T. quando acontece.
Considerando o grande volume de mulheres que têm acesso ao meu conteúdo, alguém com outra visão de mundo, em meu lugar, passaria o rodo geral. Eu prefiro me abster e evitar a fadiga, como diria o carteiro Jaiminho.
 
Acontece que talvez tenha chegado a minha hora de dar uma parada, fazer uma pausa na vida afetiva, dar férias ao coração.
São muitos anos ininterruptos de relacionamentos consecutivos. Muitas histórias, momentos de alegria e de tristeza. Nisso sempre fechei com o Roberto Carlos (se eu chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi), porém, notei que um problema grave acontece nessa rotina. Não limpamos o paladar entre uma relação e outra!
Acabamos trazendo o passado para o presente, até porque não demos tempo suficiente para que ele se assentasse em seu devido lugar. Ok, e qual o problema com isso? 
 
Explico. Quando você sai de uma relação, vários laços de confiança, intimidade e parceria estavam estabelecidos. Por pior que seja o término do relacionamento, é inegável que você tenha gerado e recebido créditos com a pessoa que estava.
Na nova relação isso não existe. Você chega zerado. Precisa conquistar a outra pessoa e, claro, ser conquistado. É aí que o problema mora.
Quando não há tempo para que você se acostume a ser um ninguém na fila do pão francês, você chega cheio de marra, parecendo que está com os créditos gerados da relação anterior. É um copo cheio que precisa ser esvaziado.
O conflito acaba sendo inevitável e há uma grande chance da nova investida ser mal sucedida, o que te levará de volta ao círculo vicioso.
Não sei por quanto tempo conseguirei permanecer solteiro, será um grande desafio para a minha personalidade, mas tentarei ficar pelo menos seis meses, pois vejo que é necessário.
Se vai dar certo, confesso que não faço a menor ideia, mas acredito que a experiência poderá me dar novas perspectivas e ampliar a noção que tenho sobre mim. 
Segundo Hermann Hesse, escritor alemão, solidão é o modo que o destino encontra de levar o homem a si mesmo. Eu voltei para a prateleira, porém, bem lá no alto, só para admirar o público fazendo compras.
Até mais.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Clube de Compras Dallas

Assisti um dos grandes vitoriosos do Oscar 2014, Clube de Compras Dallas é daqueles filmes framáticos que gostam de ganhar prêmios.

Grandes atuações com atores irreconhecíveis e oscarizados Matthew McConaughey (como Ron Woodroof) e Jared Leto (como Rayon) devido as suas entregas aos papéis.

Ron é um cowboy machista que descobre ter apenas 30 dias de vida devido estar infectado com HIV. Inicialmente ele não acredita no diagnóstico por entender que essa é uma doença de homossexuais. Na medida em que sua saúde vai piorando ele vai procurar estudar e conhecer mais sobre sua doença.

Os amigos o abandonam devido ao preconceito e ele encontra o travesti Rayon que vende metade de sua porção da droga ainda experimental AZT.

Ron descobre que no México reside um médico que trata pacientes com drogas alternativas ao AZT e após sentir na pele a eficácia  do tratamento volta a Dallas e começa a traficar medicamentos e repassa-los para doentes que não conseguem o AZT.

Ele inicia uma luta contra as autoridades para conseguir legalizar o seu negócio e ajudar no tratamento de aidéticos. Assim como conseguir viabilizar o seu próprio tratamento.

Dos 30 dias de vida, Ron vive 7 anos. Perde suas lutas na justiça pelo direito dos doentes utilizarem o medicamento que entenderem ser melhor.

O filme perde um pouco do pique a partir da metade. Ele poderia ser melhor editado e ter menos tempo. Acaba por repetir algumas situações sem necessidade.

Mas é um ótimo filme. Deve ser visto.

Antes do fim:
Melhor que o filme foi o pate papo e a companhia.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Baile da pesada é o J. Quest na área

Pois então meio de repente fui ao show de reabertura 2014 com o Jota Quest.

 

Jota Quest é uma banda que eu curtia bastante no início de carreira com sua pegada groove meio Jamiroquai. Tinha uma fita K7 do disco J. Quest ( nome da banda era assim).

Achei que eles procuraram muito o sucesso e se tornaram “pops” demais para agradar os grandes públicos e se tornarem uma das mais admiradas bandas do Brasil. Conseguiram isso com o De volta ao Planeta dos Macacos.

 

Então o show realizado ontem a noite faz parte da turnê do novo disco Funky funky boom boom. E não é que a pegada groove soul disco funky que eu tanto achava legal voltou?

Com musicas do novo álbum, sucessos da carreira e resgate de canções do primeiro disco (As dores do mundo e Encontrar Alguém) o show é um grande baile e não dá pra ficar inerte. A carisma do vocalista Rogério Flausino ajuda a manter o pique da galera. As meninas (que são maioria do público) suspiram e gritam a qualquer movimento do guitarrista Marco Tulio.

 

Um som com uma pegada bem soul, ajudado por ótimos backing vocals e um não menos ótimo naipe de metais fazem a diversão.

 

Bastante groove, momento romance com as baladas, sucessos e poucas surpresas. A banda faz o que se propõe: agradar ao seu público. E o publico sai muito satisfeito.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Trevas

Mudança não é fácil. Tem um monte de coisa que você precisa planejar e organizar.

Precisa classificar e separar as coisas que serão levadas.

Precisa encontrar as coisas que você não sabia que ainda tinha.

Precisa dividir as coisas no caso de uma separação.

Precisa lembrar que aquela pessoa que conviveu 10 anos com você agora é uma estranha e não vai te ajudar.

Precisa conseguir um monte de caixa, um monte de mochila, um monte de sacola.

Precisa separar as coisas de acordo com os locais onde serão colocados na nova morada.

Precisa arrumar um meio de transporte para tudo.

Precisa conseguir pessoas que te ajudem a carregar tudo.

Precisa descer escada, subir escada, descer escada, subir escada milhares de vezes.

Precisa descobrir as coisas que você não tem e vai precisar comprar.

Precisa encontrar as pessoas dizendo que sabem quem tem aquilo que você precisa mas não tem preocupação nenhuma com a pressa que você tem.

Precisa comprar aquilo que disseram que iriam conseguir pra você.

Precisa fazer as coisas por conta própria se quiser que sejam feitas no tempo e velocidade que você precisa.

 

Tudo isso vai acabar sendo fácil quando você precisar de algum serviço público como ligação de energia elétrica.

Quando você se der conta que tudo esta pronto, que é só fechar a porta e relaxar vai notar que faltou a CEEE ligar a energia elétrica.

Vai notar que a empresa pública vai apresentar prazos absurdos para fazer a ligação.

Vai descobrir que a empresa pública não vai atender dentro do prazo dado por ela.

Vai descobri que vai precisar registrar uma reclamação.

Vai descobrir que o atendimento dessa reclamação terá um prazo mais absurdo ainda.

Vai descobrir que terá que fazer uma nova solicitação do serviço que não foi atendido.

Vai se sentir enganado.

Vai se sentir idiota.

Vai se sentir um otário.

Vai se sentir indefeso.

Vai se sentir com raiva.

 

Vai continuar no escuro.