quarta-feira, 20 de julho de 2016

Não faça planos



Não faça planos de viajar por vários planetas quando chegar o ano 2000. Ele pode ser igual a 1986.
Não faça planos de ser um gênio da informática. Isso pode ser para quem pode ao menos ter um computador.
Não faça planos de ter um carro legal. Isso pode ser para quem não precisa pagar faculdade ou financiamento estudantil.
Não faça planos de trabalhar em uma das 500 melhores empresas para se trabalhar. Isso pode ser para quem fala inglês desde bebê e fez intercâmbio em algum lugar legal.
Não faça planos de conhecer lugares legais. Isso custa mais caro do que você imagina.
Não faça planos de morar sozinho. Você pode encontrar a pessoa certa e se apaixonar.
Não faça planos de morar em um pequeno apartamento e ter poucas coisas. Você pode precisar de espaço.
Não faça planos de fazer aquele curso que você tanto queria. Seu carro pode precisar de manutenção.
Não faça planos de trabalhar perto de casa. Você pode ser transferido para bem longe.
Não faça planos de ser um bom analista. Você pode realmente ser bom e acabar tendo que fazer alguma outra coisa.
Não faça tantos planos de fazer as coisas corretamente. Um radar pode te pegar com 2 km/h acima do permitido e te multar.
Não faça planos de sair por aí de moto. Talvez você não possa ter toda essa liberdade.
Não faça planos de ir 3 vezes por semana na academia. Você pode ter coisas mais legais para fazer.
Não faça planos de perder 20 quilos com uma dieta. São muitas coisas boas para comer.
Não faça planos de viver um monte e morrer bem velhinho. Você pode ter um câncer e morrer a qualquer momento.
Não faça planos de sair e aproveitar um diz de céu azul. Você pode ter que ficar trancado em uma sala sem janela trabalhando.
Não faça planos e seja surpreendido. Seja surpreendido sem grandes expectativas.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

O Papai é Pop



Li o tão comentado livro do comunicador Marcos Piangers, O papai é pop. É tanta mídia, tanta gente falando, tanta repercussão que fiquei curioso. É uma leitura muito acessível. Um livro rápido. Pequenos relatos de situações cotidianas da experiência de paternidade vividas pelo autor. Tem algumas ilustrações que achei desnecessárias.

A visão de paternidade mostrada no livro é que me pareceu muito cheia de “flores”. Piangers não relata nada de ruim na paternidade. Tudo é ótimo. Parece um comercial de margarina ou de creme dental aprovado por 9 entre 10 dentistas. Mesmo naqueles momentos que qualquer pessoa teria motivos para ver problemas ele encontra a felicidade.

Poderia ter uma versão do livro ao estilo “lado B”. Os bastidores do Papai é pop. Talvez um dia exista um “Filhinhas hardcore”.

Por outro lado, como Piangers relata logo de início que seu pai não o assumiu como filho e foi criado somente pela mãe, em alguns momentos me pareceu uma grande carta que quer mostrar como é bom ser pai. Parece que Piangers quer provar que foi errado “seu pai” abandonar sua mãe gestante a própria sorte. Parece que ele quer mostrar tudo que o pai dele perdeu. Fiquei com essa impressão.
No geral é uma divertida leitura. Vale a pena.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Tela azul

Diversos aparelhos precisam ser reiniciados devido ao mal funcionamento de algum aplicativo ou função. Por vezes, na maior das boas intenções, instalamos algo novo com a expectativa de que vai funcionar bem ou vai ajudar a melhorar alguma coisa.

Quantas vezes na vida se deixa de ir a um local conhecido para experimentar algo novo. Quantas dessas vezes acabamos nos dando mal e tendo de provar algo que é pior do que aquilo que já era conhecido.

Não estou defendendo que a mudança não deva ocorrer. Não podemos esperar alguém mexer no queijo para procurar algo novo. A evolução precisa ocorrer. Mas a que custo?

Sou uma pessoa que dá muito valor a coisas boas e gostosas. Não gosto de perder tempo com o que me incomoda. Fico incomodado em me incomodar. Gosto de me dedicar naquilo que me faz bem e que me faz querer acordar e fazer.

Acontece nas pessoas. As vezes recebemos uma nova missão que trava o "aparelho". Só reiniciando para resolver e fazer voltar a funcionar da maneira correta. Sem essa correção, sem a retirada daquilo que não funcionou, sem a desinstalação do aplicativo que falhou, a "máquina" pode apresentar problemas irreversíveis e se tornar sem utilidade.