Desde que visitei o Parque do
Itaimbezinho e vi a monstruosidade daquele canyon contrastando com aquele minúsculo
fio d’água correndo bem lá embaixo, a minha curiosidade para conhecer o Rio do
Boi pela parte de baixo foi despertada.
E é de véspera que gosto de
decidir esse tipo de passeio. Não gosto de ficar um monte de dias na
expectativa. Os melhores passeios sempre acontecem quando se decide
rapidamente. E foi na véspera que recebi a mensagem instigante do Marcelo da
Trekking Poa dizendo que estava com a minha vaga e só precisava confirmar.
Depois de uma rápida negociação em casa (rápida demais talvez) estava
confirmado. Em menos de 24 horas eu estaria a caminho de um destino que eu
desejava muito ir. Eu teria menos de 24 horas para sofrer com a expectativa, apreensão
e o receio de não conseguir completar todo o percurso.
Às seis horas da manhã o micro-ônibus
partiu de Porto Alegre com destino a Praia Grande/SC. Chegamos por volta de 10
horas, prepara roupas, mochila de trilha, confere lanche, água, faz cadastro na
entrada do parque, recebe instruções da guia (só pode entrar na trilha com
guia), alonga e pé na trilha.
Os primeiros 90 minutos de
caminhada são no meio da mata. Uma trilha bem aberta (afinal são centenas de
pessoas indo e vindo na trilha), com bastante barro, subidas, descidas,
bastante barro mesmo. Ao fundo o rio já se fazia ouvir mas não se mostrava. Ao
final de um último barranco a ser superado o rio do Boi nos foi apresentado.
Agora mudamos de fase na
caminhada. Seguimos acompanhando a margem do rio e atravessando por ele sempre
que um paredão impedia que o trajeto seguisse no mesmo lado. As travessias pelo
rio são feitas com uma corrente humana. Um segura na mão do outro e se ajuda.
Em alguns pontos a correnteza é forte e a água chega na cintura. O piso do rio
é de pedregulhos soltos e irregulares. As travessias na água gelada amenizavam o
calor, deixando o desafio mais “agradável”. Durante o trajeto o rio nos
parabeniza com várias piscinas naturais e cachoeiras com águas transparentes (e
geladas). Quanto mais avançamos e mais cansados vamos ficando, mais o local nos
presenteia com lindas paisagens.
A sensação de estar cercado de
paredes gigantes é indescritível. Você começa a olhar para a parede e ela
parece tocar o céu. Eu me senti minúsculo. Se olhando de cima o rio parecia só
um fio d’água, de que tamanho eu fiquei mergulhado ali?
Para chegar até o ponto de contemplação
demoramos perto de 3 horas de caminhada pelo rio. Foram cerca de 10 travessias.
É um ótimo teste para joelhos e tornozelos. A atenção máxima é indispensável. Mais
leve por ter chegado ao final da trilha o desafio era conseguir fazer todo o
trajeto de volta cansado. Não se tem muito escolha é preciso fazer o trajeto de
volta antes da noite chegar.
Pra mim a volta foi bastante
difícil. As minhas pernas estavam somente repetindo o seu movimento no
automático. Quase não conseguia senti-las. Também estava com bastante dor na
lombar. Os últimos metros da trilha e o portão do parque pareciam uma miragem
que eu não conseguiria alcançar. Cumpri a meta. Posso marcar na minha lista essa
tarefa como cumprida. E foi muito bom.
Um comentário:
Baita relato Mauro!
Continue nos brindando com suas impressões a respeito dos lugares especiais que você visita, sua descrição nos faz imaginar as paisagens que descreve!
Valeu por compartilhar!
Abraços e até a próxima aventura!
Marcelo Santos
51 8484 6244
Marcelo.trekkingpoa@outlook.com
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