quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Da Vila Elizabeth para Paris

Brilhante texto do Prévidi, disponível no site www.previdi.com.br . Concordo com a opinião dele.

Como sou volúvel, há um bom tempo, quando acordo, o primeiro programa de rádio que escuto é o Bom-Dia, na Guaíba AM. Começo a ouvir o Rogério Mendelski e o Wladimir Oliveira pouco antes das 8 horas. Aí entra o Juremir Machado da Silva e às 8h20min participa o Luiz Carlos Reche, o popular Reche Carlos. É o ponto alto do programa, quando, incentivado pelos apresentadores, com o apoio do produtor Otto Bede, ele às vezes recria uma canção do Rei.
Hoje, depois do Reche, foi novamente entrevistado o secretário Clóvis Magalhães, de Gestão e Acompanhamento Estratégico da Prefeitura de Porto Alegre. Lá pelas tantas, o Juremir fez uma pergunta que começava assim: Quando vim de Livramento, morei na Vila Elizabeth, na zona norte de Porto Alegre. 
"Tu foi vileiro, Juremir?", espantou-se Rogério Mendelski.
"Fui, fui, muito tempo", respondeu com a maior tranquilidade.
A Vila Elizabeth, no bairro Sarandi, é local de gente muito pobre.
Aí fiquei viajando.
Pelo que sei, por ter conversado com ele e sempre ler seus textos, o Juremir teve uma infância pobre, mas sem sofrimento. Por casualidade leu grandes clássicos da literatura – essa é uma boa história – e lá pelas tantas veio para Porto Alegre, onde se formou em história e jornalismo. Estudou em Paris e hoje é escritor, professor na PUC e um dos mais respeitados jornalistas do RS.
Tá, e daí?, pode estar se perguntando um leitor.
Calma, calma.
Não tem como não relacionar isso com esse negócio de quotas para negros.
Se o Juremir fosse negro, com todas as características intelectuais que têm, não teria as chances que o branco Juremir teve? Hoje, o negro Juremir não seria respeitado por ser afro-descendente?
Por favor, me poupe!
Podem alegar que há 10, 20 anos era tudo mais fácil. Pode ser.
Mas essa também é uma conversa antiga – "antes era tudo mais fácil".
Olha, sei não, quando o cara quer, vai. E não precisa de nenhuma mutreta para estudar e trabalhar.
Quota é sinônimo de moleza.
Prêmio pra preguiçoso.

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