segunda-feira, 14 de maio de 2007

|Cão sem dono|


Problemas básicos que vividos por jovens: falta de perspectivas, ceticismo, muitos sonhos, falta de grana, solidão, paixões e outras coisinhas mais.

Este é o cenário de Ciro (Júlio Andrade), jovem, solteiro, morador de um apartamento com pouca mobília do centro de Porto Alegre. Pouca mobília e poucos amigos. É em Porto Alegre mas poderia ser em qualquer outra metrópole. Fica interessante ser em Porto Alegre por causa do Porto-alegres, falado com bastante fluência por todos os atores. Ciro tem um amigo, o Cão Churras, um vira-latas com cara de vira-latas, que o seguiu na rua até o seu apartamento. Ciro também tem Marcela (Tainá Muller, ganhadora do merecido prêmio de Melhor Atriz no Festival de Pernambuco), uma moça cheia de vida e brilho que traz um certo sentido a vida sem vida do protagonista.

Visita na casa de casal de conhecidos desconhecidos para comer lazanha, transas no quarto sem cama de Ciro, social na casa dos pais, dificuldades para pagar o aluguel do ap, café da manhã com a companhia de Marcela e seus sonhos. Esse é o cotidiano de Ciro.

A vida de Ciro que já não era fácil, fica insuportável quando Marcela descobre que esta com câncer e some da história. Parece que Marcela era o “gás” de Ciro. Depois de uma crise, em que Ciro dá a impressão de estar vagando como se fosse um cão perdido, ele volta para a casa dos pais e passa a ter uma vidinha “normal” de adolescente com festinhas, trabalhando em uma livraria, jogando futebol com os amigos e passeios com o Churras. Até o dia em que o Cão morre e toca o telefone. Depois disso, não se sabe que rumo a vida de Ciro toma.

Um filme intenso, com uma boa história, filmado basicamente no centro de Porto Alegre. Uma vida comum de uma pessoa comum, como tantas vidas devem ser. O filme não é para assistir com a família no domingo à tarde, é um filme por vezes forte, com cenas pouco refinadas e poucos enfeites as partes engraçadas fica por conta das conversas de Ciro com Elomar (Luiz Carlos V. Coelho), o porteiro do prédio, pintor de telas e apreciador de Lupicínio Rodrigues.

Antes do fim:


O filme é baseado no livro “Até o dia em que o cão morreu” de autoria de Eduardo Galera, tem direção de Renato Ciasca e Beto Brant (O Invasor) e recebeu o Trófeu Calunga no Festival de Pernambuco. Para saber mais sobre o filme, acesse www.caosemdonopoa.com

3 comentários:

Anônimo disse...

Amei o filme...
Simples, mas profundo...
Às vezes, um cão não precisa de um dono, mas sim de um amigo... que lhe dê carinho e um pouquinho de atenção na hora da sua morte.

Beijos... te amo!

Aline

Edimar Garcia disse...

Obrigado pelo presente singelo hehehehe

Fernanda de Oliveira Carpes disse...

fiquei com vontade de assistir guri! Tu descreveu muito bem, aliás tu escreve muito bem, aliás não é de hoje que sou tua puxa... ih vai ficar te achando! bjo! Fê