Magrela é como chamo a Mariana Bertolucci, aqui do Segundo Caderno. Dias atrás, a filhinha dela, Antônia, completou um ano. Não pude ir à festa, tinha Feira do Livro, Café TVCOM e tal. Aí, no outro dia, a Magrela ralhou comigo:
Não foi, pelintra!
Fiquei chateado, pensando que a Antônia pode ter sentido minha falta e tudo mais, até que lembrei: ela estava fazendo um ano, pô!
Nem sabe que está de aniversário. Só que é impossível usar esse tipo de argumento com pais de nenês. Há muitos deles, aqui na Redação. A todo momento um diz:
- Já viu o meu bebê? Tens que ir lá em casa, ver o bebê.
Por que nunca ninguém aparece e me convida:
- Já viu minha prima? Precisa ver minha prima. Ela tem 19 anos, está voltando da praia agora. Bronzeadinha. Foi miss, inclusive. Ela passa o dia na piscina lá de casa, com aquele biquíni do tamanho de uma fatia de pizza onde não cabe meio tomate. Às vezes faz topless. Uma lindeza, minha prima. Vai lá em casa, ver a minha prima.
Mas, não. Para isso, ninguém me convida. Só me convidam para ver nenês e, se não vou, ficam brabos. Não é mesmo um Estado de intolerâncias?
Antes do Fim:
Eu e a Aline assistimos a peça Hamlet Sincrético a uns dias atrás e não cheguei a comentar aqui. Vale muito a pena assistir, a peça é bem fiel ao texto de Shakespiere mesmo sendo ambientado em um cenário de cultura afro-brasileira. Abre a cabeça e vai quando voltar a cartaz.