Também tenho minha tese sobre a (in)segurança
de todo dia vivida pelo moradores de Porto Alegre. Vamos a ela.
Não acho que a segurança esta
muito pior do que já foi no passado. Acredito que hoje com Facebook, WhatsApp,
Instagram, Snapchat e todas essas tecnologias a divulgação de crimes é muito
maior. Depois de acontecer um crime é só questão de tempo para as fotos
chegarem no seu celular. Mesmo que você não queira, acabará tendo algum contato
com a violência.
Quem não lembra do filme “Cidade
de Deus” onde Zé Pequeno queria ter seus feitos divulgados no jornal para alimentar
seu ego e se orgulhar de seus crimes. É isso que acredito que vem acontecendo
hoje. Os marginais fazem coisas cada vez piores para ter seus feitos divulgados
nas mais diversas mídias.
Aliado a isso, temos os
formadores de opinião que defendem que a polícia não deve ser truculenta ou
violenta. Hoje a polícia não é temida. Ela não usa capacete para estar pronta
para o combate. A polícia só reage. Não pode agir. Se agir será julgada e
condenada imediatamente. Isso encoraja os bandidos. Encoraja também a justiça a
tomar decisões que acabam por favorecer a impunidade. Nossas leis precisam ser
revisadas.
O ponto que considero mais grave foi
a retirada do direito a se proteger. Hoje não é permitido ao cidadão, caso acho
necessário, se armar para se proteger. Não acho que todo mundo deveria andar
armado. Mas os bandidos precisariam ter a dúvida. Hoje se sabe que ninguém de
bem anda armado. Os marginais não precisam tomar cuidado. Eles não precisam
temer uma reação. Já saímos as ruas em desvantagem.
Precisamos pensar com seriedade
sobre a iniciativa privada atuar na construção e gerenciamento de presídios. O Estado
não consegue mais cumprir com essa demanda. A população precisa pensar
seriamente nisso.
Sobre os projetos sociais, estes
precisam ser revistos. Me parece que são interessantes os projetos, mas a forma
de manter a população integrada a eles não é a adequada. Para continuar
participando de programas sociais a pessoa precisa se manter com a renda formal
baixa ou inexistente. A pessoa precisa complementar essa renda de alguma forma
pois o valor repassado pelo projeto social é baixo. Onde ele pode complementar
a renda informalmente? No crime.
Por último, mas não menos
importante, temos diferentes pesos para os mesmos crimes. Se uma morte acontece
em uma vila da cidade ela não tem o mesmo destaque daquela que acontece em um
bairro com renda per capita maior. Talvez a vida perdida na vila “ruim” tenha
menos importância que a vida perdida no bairro “bom”.