Gostemos ou não, o BBB é um sucesso. É o programa de maior audiência da televisão brasileira. Para quem não gosta, o sentimento pode ser de lamento pelo tempo e espaço perdidos e que poderiam estar sendo mais bem empregados em causas mais nobres. Entretanto, mesmo não gostando, não é possível ignorar o fato de que há tanta gente que gosta. E a pergunta sobre o porquê desta preferência pode ser reveladora sobre o tipo de sociedade que estamos construindo ou valorizando. Difícil saber quem influencia quem, se o programa ou a audiência. Parece que os meios justificam os fins e já não importa quem vença no final, desde que vença. Tende a nivelar por baixo a natureza humana, a expor como entretenimento o que existe de pior em nós, egoísmo, individualismo, uso e manipulação dos outros para atingir objetivos pessoais, como se fossem atitudes naturais, que devemos aceitar como parte do jogo da vida. Os valores ruins, que ensinamos aos nossos filhos a não ter, são reforçados como bons ou como não tão ruins assim, dependendo das circunstâncias e do que estiver em jogo. E quando o apresentador, jornalista e escritor, Pedro Bial, denomina de heróis, aos participantes do BBB, não deve estar falando sério, no mínimo deve estar sendo irônico, pois não há nada de heróico no BBB. Para quem não sabe herói não quer para si, doa-se aos outros. Herói faz a coisa certa, quando a coisa certa precisa ser feita, às vezes ao custo da própria vida e prazer pessoal, ou de algum prêmio no final. Heróis são todos os brasileiros, por exemplo, que se doam apesar dos baixos salários e das péssimas condições de vida para estudar, formar uma família, educar filhos melhores para um mundo que sonham melhor, em vez de simplesmente abandonar tudo, virar bandido. Lembro de alguns heróis que tive a sorte de conhecer e que fizeram a diferença em minha vida, como ambientalistas que se envolvem e lutam por um país melhor, com menos injustiças, com o meio ambiente preservado, com mais liberdade e democracia. E muitos morreram ou sofreram por isso, como Chico Mendes. É o amor ao próximo e ao país elevado ao seu grau máximo de cidadania. A mim, resta aceitar e conviver com a idéia de que não faço parte da maioria que nada alegremente nessa corrente. Resta-me nadar no sentido contrário. É mais difícil e cansativo, mas é o jeito que encontrei de me manter lúcido. O que me conforta é saber que mesmo em minoria não estou sozinho, afinal, os leitores que não se importam jamais teriam chegado até aqui, ao final dessa crônica. *Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundou a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente ( http://www.portaldomeioambiente.org.br/). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas – http://www.escritorvilmarberna.com.br/ (Envolverde/O autor) | |
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Heróis de verdade
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Num domingo qualquer
Primeiro domingo do ano em Porto Alegre. A maioria das pessoas na praia. Capital dos gaúchos bem tranquilinha. O que fazer?
Eu e a Aline fomos conhecer Porto Alegre e seu litoral de água doce. Sim, Porto Alegre tem uma bela costa doce.
Saímos de casa e pegamos o caminho pela Lomba do Pinheiro, passamos pelo bairro Restinga e pegamos a esquerda na Avenida Edgar Pires de Castro em direção ao extremo sul da cidade. Seguimos as placas indicativas e onde tem um posto de combustíveis entramos à direita na direção da Reserva Ecológica do Lami. Seguimos por esta estrada (toda asfaltada) até a beira do Guaíba. Na avenida que margeia o Rio (Lago?) são observadas várias pessoas instaladas na beira com churrasqueiras armadas e carros com som alto ligado. Crianças correndo, bares lotados, redes estendidas, barracas, fuscas, fumaça de churrasqueira, salsichão com pão, maiôs desbotados e câmaras usadas como bóia. O clima é alegre. A Aline usou um dos banheiros e achou limpo. Os quiosques são grandes com mesa e churrasqueira. Existem salva vidas observando os banhistas.
Saímos dali e retornamos para a Avenida Edgar Pires de Castro que após aquele ponto é chamada de estrada do Varejão. Seguimos por ali por cerca de 20 minutos passamos pela fronteira de Porto Alegre e entramos em Viamão. Logo após o um posto de combustível e o restaurante da Vó pegamos à direita para a entrada da Vila de Itapuã. Estrada de paralelepípedo terrível. No final da estrada já se avista e praia. Tem um bom estacionamento para motos. Não tem carros com som alto e a faixa de areia é maior. Crianças brincando na areia, pessoas comendo sorvete e desfilando pela calçadinha (não é calçadão). Não tem pessoas fazendo churrasco na areia. O passeio de barco é um roubo, custa R$25,00 por pessoa. Achamos um exagero. O retorno foi feito por estrada de terra (que é melhor que o paralelepípedo) até a estrada que na verdade é a continuação da RS118. Nosso próximo destino é o Parque de Itapuã.
A estrada é asfaltada e somente os últimos 4 km são de terra. Nesse ponto a estrada é muito ruim com costeletas e pedra solta o caminho todo. Ao final da estrada temos a opção de pegar à esquerda e ir para a Colônia Japonesa e o Hospital Colônia de Viamão (Leprosário) ou à direita e ir para o Parque de Itapuã. Pegamos à direita. O Parque estava lotado e não foi possível ir a nenhuma praia. Para não perder a viagem tomamos um delicioso caldo de cana na entrada do Parque por R$2,00 cada copo. Voltamos pela mesma estrada e terra e foi um super alívio voltar ao asfalto. Voltamos a Porto Alegre e nosso destino agora é Belém Novo.
Em uma rotatória com placas indicativas acessamos a estrada do Lami em direção a Belém Novo. A estrada é asfaltada e não contém buracos. Em compensação é um remendo sobre outro tornando o deslocamento ali tão ruim quando a terra de Itapuã. Finalmente chegamos a Belém Novo. Têm cara de cidadezinha do interior com praça, igreja, farmácia e delegacia. Passando um pouco o centrinho próximo ao final (ou início) da linha de ônibus Belém Novo é onde fica a praia. A paisagem é muito agradável com grandes árvores fazendo sombra em uma grande área com gramado. Tem banheiros, chuveiros, praça com brinquedos para crianças, estacionamento, churrasqueiras e salva vidas. O público é familiar. Para sair de Belém Novo utilizamos a Avenida Juca Batista. Próxima parada: Ipanema.
Após a Juca Batista pegamos a Avenida da Serraria, passamos pelo quartel e seguimos pela Avenida Guaíba margeando o Rio e passamos por Ipanema. Após, voltamos para a Juca Batista e encerramos o passeio com compras no Zaffari. Depois casa, banho, janta e cama.