Chegando à cidade logo vários vizinhos vieram oferecer suas amizades. Eles adoravam minha bicicleta e meu autorama. No colégio a diferença foi grande. Os colegas e professores achavam que eu era repetente pois já sabia toda a matéria. Onde eu morava antes freqüentava uma ótima escola particular, tinha bolsa de estudos, bons colegas e uma faixa de Primeiro Gaucho da 3ª série. Fui para um lugar longe de todos e de tudo.
Tive que crescer em Viamão, desviando dos maus elementos que sempre andavam por perto e aprendendo com os maus exemplos que tive que presenciar. Alguns maus exemplos perto demais. Fiz alguns poucos bons amigos, bem poucos na verdade. Tentei me divertir. Esperei o temo passar. Não pertencia aquele lugar.
Logo que pude fazer escolhas, escolhi ficar longe de Viamão. Estudei o Ensino médio em uma escola bem bacana, comecei a trabalhar em Porto Alegre e realmente só ia pra Viamão pra dormir. Porém, tenho que dar o braço a torcer e dizer que uma Xucra de Viamão me conquistou.
Desde dezembro de 2008 eu e a Aline estamos morando no nosso lar em Porto Alegre. É incrível como eu sou resistente em ter que voltar a Viamão. Vou de vez em quando porque algumas coisas ficaram lá. Mas cada vez que encontro aquele lugar me bate uma coisa que não explicar exatamente o que é. Só sei que depois de certo tempinho tudo o que eu quero é sair de Viamão e voltar pra o meu lugar. Começo a sentir uma indisposição, uma tristeza e um mau-humor que não sei de onde vem.
Antes do fim:
Retrovisor é passado
É de vez em quando... do meu lado
Nunca é na frente
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu
O que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas
Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás
A gente só nunca sabe... que coisas são essas
Teatro Mágico
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