Ontem foi dia determinado pelo comércio para ser o dia dos pais. Acho muito justo que se tenha uma data fixada para comemorar e ganhar presentes. Justo para a economia.
Agora sou pai. Me acho pai. Tento me comportar como pai. Não sei se estou indo bem. O Guillermo tem só 5 meses e não me deu nenhum feedback. A não ser alguns sorrisos e choros. Acho que por enquanto essa é a uma das duas formas de comunicação que eu entendo. Ele sorri quando esta satisfeito e chora quando quer alguma coisa. Acho que ele sorri mais que chora. Não devo estar indo tão mal.
Assim como alguns filhos só lembram que tem pais nesta data programada, alguns pais por sua vez só lembram que tem filhos neste dia de ganhar presentes. Ou no dia de pagar a pensão.
Estou tentando ser um pai presente. Um pai participativo. Ser pai não é exatamente uma coisa que eu queria. Eu queria ser mochileiro. Estou fazendo o que posso para estar presente. Faço o possível para estar junto. Deixo de fazer outras coisas para brincar com o bebê. Me importo. Me preocupo. Tento ensinar. Não sei quando devo fazer cada coisa. Não sei a medida de cada coisa que precisa ser feita.
Fico bem preocupado com o futuro do Guillermo. Não sei se tudo o que é feito e tudo o que vai ser feito será a coisa certa a ser feita. Não sei se ele será uma criança chata. Não sei se ele será uma criança mal criada. Não sei se será inteligente. Fico preocupado se ele não terá uma doença grave e sem cura. Fico preocupado se ele não vai sofrer um acidente e ter sequelas.
Fico feliz quando ele sorri. Fico contente quando ele faz alguma coisa que tento ensinar. Fico emocionado quando ele me encara de forma fraternal. Quando ele me encara sinto um peso enorme da responsabilidade. Aquele olhar parece dizer que tudo o que ele for no futuro é reflexo daquilo que sou hoje com ele.
Ser pai deve ser isso mesmo. Sentir o peso da responsabilidade.