quarta-feira, 26 de março de 2008

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Hoje é aniversário de Porto Alegre. Cidade onde vivo minha vida apesar de nela não morar. Cidade que acompanho o crescimento. Cidade que acompanha meu crescimento. Porto Alegre dos cinemas. Porto Alegre da Redenção. Porto Alegre do Julinho. Porto Alegre do Laçador. Porto Alegre das árvores. Porto Alegre do Gazômetro e do Pôr-do-sol do Guaíba. Porto Alegre do ônibus de dois andares. Porto Alegre do Cavanhas. Porto Alegre dos Shows no Pôr-do-sol. Porto Alegre da rádio Ipanema. Porto Alegre da Rua da Praia. Porto Alegre do Centro. Porto Alegre do Opinião. Porto Alegre da Lima e Silva. Porto Alegre do Theatro São Pedro. Porto Alegre da sorveteria Jóia. Porto Alegre do Brique. Porto Alegre do Cais do Porto. Porto Alegre da Bicicleta. Porto Alegre do calçadão de Ipanema. Porto Alegre, meu Porto Alegre.

NAS RUAS DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre, tuas ruas tem infinitas histórias
E em todas suas rotas, vejo o poeta e a poesia
O escrito e o escrevente, descrito nesta memória
Como o revoar das pombas, das torres da reitoria...
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Quem me dera, seu eu fosse um filho de Veríssimo
Ou um neto de Quintana, bem que eu poderia ser
Para dar-te Porto Alegre, um verso muito ilustríssimo
E neles ilustrados as suas ruas, em seu lindo amanhecer...
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Eu bem que poderia ser mais um ipê da Redenção
E num domingo de Bric, desfolhar-me na Bonifácio
Anunciando o outono, no final de mais um verão
Enfeitando de flores, as linhas deste meu prefácio...
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E de lá iria com o vento, ou quem sabe ele eu seria
E assim eu correria pelo Guaíba, do Gasômetro à Ipanema
E assim atravessaria os morros da Glória até a Serraria
E em Porto Alegre eu me esparramaria, como um simples poema...
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E minhas palavras chegariam até Moinhos de Vento
E passeariam pela Goethe até findar-se na Mariante
E esboçariam em palavras, este meu grande sentimento
Depositadas em rimas, como uma flor lapidada em diamante...
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Porto Alegre, quem me dera sê suas ruas falassem
E no adentrar da noite, suas histórias pudesse me contar
Falaria-me dos passos na madrugada, como se cantassem
As Pegadas de Bebeto Alves, nas ondas sonoras soltas no ar...
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Há em mim um pouco do Menino Deus, andando pela Getúlio
A também um pouco do Punk, desfilando pela Osvaldo
Há todo aquele frio do vento na Andradas nas manhas de julho
E o caminho da Farrapos, do centro até São Geraldo...
~
Porto Alegre, lá me vou pela Borges seguindo ao Beira-Rio
Ou quem sabe pela Azenha, até o Olímpico Monumental
O vermelho e o azul, equilibrando-se ao teu meio-fio
Em nestas suas sendas, a história de um outro Gre-Nal...
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Nas tuas esquinas, meninos vendem o Correio e a Zero Hora
Trazem as notícias do que foi ontem, mas não prevêem o futuro
Ah, Porto Alegre, os meus passos eu firmo em ti agora
E observo na Mauá, o detalhe de um artista pintado no muro...
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Ah, Porto Alegre, em tuas ruas um povo que luta e protesta
Os caras pintadas, colonos sem terra, professores e suas sinetas
Também há comemoração, tri-legal tuas ruas sempre abertas
Magia simples, casas antigas, venezianas nas venetas...
~
Porto Alegre, quem me dera morrer, e assim virar poeira
Esparramando-me pelas solas dos sapatos, nas noites sem lua
Assim estaria nos seus caminhos planos, até em suas ladeiras
E me eternizaria feliz, nos ladrilhos de suas ruas ...
MARCO RAMOS

terça-feira, 18 de março de 2008

|CQC|


Sempre fui fã do Marcelo Taz, desde os tempos em que ele apresentava o Vitrine na Tv Cultura.

Ontem estreou na Band um novo programa “cômico-jornalistico” na Band chamado Com Qualquer Custo, ou simplesmente CQC. Achei muito interessante e inovador. Apesar de por vezes ser parecido com algumas coisas que já vimos. Eles se parecem um pouco com o Pânico, fazem perguntas pertinentes e incomodam os entrevistados , porém, sem cair no besteirol. Eles se parecem com um antigo quadro que o Alexandre Garcia tinha no Fantástico dos bastidores da política, porém mais ácidos. Eles se parecem com o Casseta e Planeta sob o aspecto de ser uma grande equipe de engraçados porém, sem cair na malha fina da Globo. É inovador por misturar tudo isso e ficar legal. É inovador porque é um formato que já existe há bastante tempo na Argentina e os outros é que copiaram deles.

Destaque para o repórter Rafinha Bastos, gaúcho, que fez uma reportagem sobre a poluição nas águas de São Paulo. Ele foi procurar uma solução e mostrou como é difícil conseguir falar com uma autoridade. Depois de várias tentativas, conseguir falar com alguém, derrubou água de esgoto na mesa do importante, colocou um vaso sanitário na recepção do lugar, abaixou as calças e sentou ali e raptou uma planta, que prometeu devolver assim que o problema estivesse resolvido.

Enfim, é jornalismo com comédia. Talvez eles incomodem um pouco os políticos mostrando os políticos como eles são. O programa já é sucesso na Argentina, Chile, Espanha e Itália, inclusive foi a pedra no sapato, ou melhor, a mosca na sopa dos últimos Presidentes Argentinos.

O programa é transmitido todas as segundas a partir das 22:45 na Band.

Antes do fim:

Destaque para a trilha sonora do programa,.teve Metálica, Ramones e bastante rock. Ponto negativo para a câmera nervosa que não é necessária.
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quinta-feira, 13 de março de 2008

|Lotado|

Incrível como tem dias em que não deveríamos sair de ônibus. Ontem foi um dia desses. Logo cedo o ônibus que eu estava ficou preso em um congestionamento. Os carros da avenida não se moviam. Logo descobrimos o motivo da confusão, um motoqueiro estava estendido no chão, junto aos pneus de outro coletivo. Ainda bem que não era o meu! Motoqueiro no asfalto já é quase banal, só dá notícia no Diário Gaúcho, o jornal da maioria...

No final da tarde, quando saí do trabalho, peguei o ônibus que deve ter batido o recorde de número de pessoas por m². Que ônibus mais cheio! Não via a hora de descer logo dele para me deliciar em um outro ônibus com uma lotação normal e cumprir meu trajeto de retorno ao lar. Era tanta gente neste ônibus que acho que ele ficou quase dez minutos parado até que todos os interessados em desembarcar conseguissem se organizar e chegar até a porta. Como a gente perde tempo dentro de ônibus...

Consegui descer e estava me dirigindo para a outra parada quando repentinamente surge o ônibus que eu queria pegar, vaziuzinho da Silva. Corri e é óbvio que não consegui alcançar o ônibus. Tive que ficar na parada esperando o próximo. O bom é que pude descansar bastante da minha tentativa frustrada pois o próximo ônibus só apareceu depois de uns 20 minutos. Cheio é claro. Então lá fui eu ficar espremido no corredor do meio do coletivo. Braços pra cima, pendurado no corrimão. Mal tinha espaço para colocar um pé no chão, quem dirá os dois.

Finalmente cheguei ao meu destino, sã, salvo e fedorento. O trajeto da minha casa até o trabalho feito por transporte coletivo demora uma hora e quarenta minutos. O mesmo trajeto de carro é feito em 20 minutos... mas não daria um post...

Antes do fim:
É como se eu estivesse em BH
Pegando um balaio lá pra casa
Do paulinho pra mais um ensaio
Da Savassi pra Pampulha
Com um trânsito danado
Na Avenida Catalão
É como se eu tivesse em Salvador
Num calor retado no buzu de Piripiri
Como se eu tivesse em Porto Alegre
Pegando um baita frio
Dentro de um bus pro Nonoai
Como se eu tivesse em São Paulo
E tivesse que ir de bumba
de Carapicuíba a Itaquaquecetuba
Ficando só de pé
Ou enquadrando a bunda
Desesperado pra chegar

Ônibusfobia – Jota Quest

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segunda-feira, 3 de março de 2008

|Onde os Fracos não tem Vez|

Estou a um tempão sem escrever nada por aqui. Realmente andava sem tempo. Fiz várias coisas durante este tempo, mas o que me fez sentar em frente a esta tela foi o “Onde os Fracos não tem Vez”. Aliás, mais um filme com o título mal traduzido. O nome deveria ser algo do tipo “Não há lugar para os velhos”, isso descreveria melhor a essência que eu encontrei no filme.

Tudo começa com uma locução de Tommy Lee Jones (ganhou o Oscar em O Fugitivo) contando do tempo em que nem o Xerife precisava usar armas. Ele é o xerife da localidade. Um caçador (Josh Brolin – participou de O Gangster e de Os Goonies) encontra um massacre no meio do deserto, um desacerto por causa de drogas. Resultado: ele encontra uma mala com 2 milhões de dolares. Um assassino louco (Javier Bardem de Mar Adentro) que carrega uma pistola presa a um cilindro de ar comprimido quer a mala. E a caçada inicia.

Em meio a caçada, uma ótima fotografia, cenas de violência, tiros, bastante sangue, crueldade e ótimos diálogos. Destaque especial para o diálogo do assassino com um dono de armazém de beira de estrada. Dono de armazém este que é obrigado e apostar em um jogo de cara ou coroa, um jogo intenso e nervoso, impensável para um cara ou coroa.

Ao final o título é justificado, os tempos são outros. As drogas dominam, o dinheiro corrompe a todos, os jovens tem cabelos verdes e até mesmo o Xerife é obrigado a usar armas.

Antes do fim:
Não deixe de assistir também ao filme “O Gangster”. Uma dupla de protagonistas milionária e oscarizada formada por Denzel Washington (Dia de Treinamento) e Russel Crowe (O Gladiador) e dirigida por Ridley Scott (Alien - o Oitavo Passageiro, Hannibal, Cruzada, Gladiador). Deveria ter ganho algum prêmio da Academia.


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